Foto de Hannah Busing na Unsplash

O preconceito é algo que precisa ser combatido em toda e qualquer circunstância na sociedade, incluindo no campo linguístico, que envolve, por exemplo, a fala e a escrita. Porque sim, infelizmente o preconceito linguístico ainda é uma realidade, principalmente num país tão diverso como o Brasil. 

Antes de tudo, é bom esclarecer o que é preconceito linguístico. Em linhas gerais, trata-se da discriminação de pessoas que se comunicam de maneira diferente da entendida como o padrão. E isso envolve tanto a comunicação oral quanto a escrita.

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É comum pessoas que não tiveram acesso pleno à educação dizerem que não conhecem bem e tampouco sabem falar português. Isso acontece porque seu parâmetro é a norma culta da língua, que, verdade seja dita, é bem diferente da prática do uso da língua. Afinal, a gramática não necessariamente deve ser a base, já que a língua é um organismo vivo e está em processo constante de evolução.

Diversidade cultural e norma culta da língua

Aqui no Brasil, o preconceito linguístico fica evidente por conta da variação linguística, resultado de alguns fatores, entre eles as inúmeras formas de comunicação e expressão cultural e até mesmo fonética. Natural para um país com grandes dimensões continentais. Tome-se como exemplo as pronúncias características do Rio de Janeiro, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Julgar essas peculiaridades como certa ou errada ou então bonita ou feia, pode configurar preconceito linguístico. 

De certa forma, os principais alvos do preconceito linguístico são pessoas que estão mais distantes da chamada norma culta e da linguagem praticada em áreas urbanas. Nessa esteira, podem estar em situação de vulnerabilidade social por conta de gênero, raça, renda, deficiência, entre outras coisas. Nestes casos, o preconceito pode se estender à pronúncia e à gramática.

Por que devemos combater o preconceito linguístico?

É bom deixar claro que a língua não pode e nem deve estar estritamente vinculada à gramática. Esse é o primeiro motivo pelo qual o preconceito linguístico deve ser combatido. Até porque a língua é algo vivo e que se adapta ao contexto, ou seja, está em mudança permanente, sempre no sentido de evolução.

Além disso, resistir ao preconceito linguístico é respeitar a rica cultura e história de diferentes povos e regiões do Brasil.

Outro ponto importante dessa discussão é, à medida que se combate o preconceito, promove-se a inclusão de pessoas que, infelizmente, sofrem discriminação em razão de origem, classe social, raça ou deficiência.

Por fim, ao combater o preconceito linguístico, dissolvemos a falsa ideia de que só existe uma forma de se comunicar e expressar. Sem dúvida, esse é um caminho saudável para promover ambientes mais saudáveis e democráticos.

Essa missão deve ser encarada por todos nós. Quem topa o desafio?

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