O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), vinculado à Secretaria Especial da Cultura e ao Ministério do Turismo, anunciou uma proposta de inclusão de mais seis línguas no Inventário Nacional de Diversidade Linguística (INDL). Isso significa que as línguas Iorubá, Hunsrückisch, e as línguas indígenas Sakurabiat, Wari’, Salamãi e Kwazá devem passar a ser reconhecidas como Referência Cultural Brasileira.
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A proposta foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), e a sociedade pode se manifestar sobre a ideia de inclusão das línguas por meio de formulário digital até o próximo dia 4 de agosto. Depois, os processos de reconhecimento de cada uma destas línguas serão encaminhados à Comissão Técnica do Inventário Nacional de Diversidade Linguística (CTINL), responsável pela análise e deliberação sobre o reconhecimento de línguas como Referência Cultural Brasileira.
Conheça um pouco mais sobre as línguas
A língua Sakurabiat é uma das cinco línguas indígenas que fazem parte da família linguística Tupari, a segunda maior do tronco Tupi. São, no total, três variedades linguísticas: Guaratira, Siokweriat e Sakurabiat, e sua população está presente em cinco aldeias da Terra Indígena Mequéns, no estado de Rondônia.
Também localizadas no estado de Rondônia, os Wari’ têm uma população aproximada de 4,4 mil indivíduos, grande parte residente em aldeias. É um dos únicos povos cuja língua integra o tronco/família linguística Txapakura. São conhecidos ainda como Pacaás-Novos, Pakaa-Nova ou Orowari’ e estão distribuídos em terras indígenas.
Já com relação à língua Salamãi, um estudo do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) concluiu que os poucos descendentes residem nas cidades de Porto Velho e de Guajará-Mirim.
A língua Kwazá está genealogicamente isolada, isto é, trata-se de uma língua que não tem parentesco comprovado com outras línguas ou famílias linguísticas conhecidas. No ambiente onde estão as comunidades Kwazá, existe uma grande diversidade étnica, o que faz do território multilíngue.
Língua afro-brasileira, o Iorubá é falado principalmente nas Casas Tradicionais de Matrizes Africanas de origem nagô/iorubá, onde os rituais e liturgias acontecem nesta língua. No que diz respeito à escrita e à leitura, a língua iorubá conta com grafia própria, criada no século XIX. É utilizada pelos membros da comunidade de referência, havendo tradição de textos escritos em diferentes gêneros discursivos, bem como músicas ritualísticas.
Para encerrar, o Hunsrückisch, ou hunsriqueano, é uma língua desenvolvida a partir de uma base germânica, e se firmou no Brasil com a vinda de imigrantes da Alemanha para os estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Espírito Santo, a partir de 1824. No Brasil, é falado sobretudo em pequenos municípios e em áreas rurais. Trata-se de uma língua de herança falada e entendida por contingente numeroso de cidadãos brasileiros.