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A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou recentemente um estudo detalhado sobre a migração internacional. Os dados, colhidos em estatísticas oficiais nacionais dos países de origem ou de populações estrangeiras, envolvem 232 nações.
De acordo com a pesquisa, o número de migrantes internacionais atingiu a marca de 272 milhões de pessoas neste ano de 2019, que mostra um crescimento de 51 milhões de pessoas considerando a pesquisa de 2010. Os migrantes representam, hoje, 3,5% da população mundial. A título de comparação, em 2000 esse índice era de 2,8%.
Na visão de Liu Zhenmin, sub-secretário geral da Divisão de População do Departamento de Economia e Assuntos Sociais (DESA) da ONU, ter uma dimensão real desses dados é fundamental para compreender a importância do papel dos migrantes. Além disso, essas informações auxiliam na tomada de decisões para o progresso dos países envolvidos, tanto de origem como destino.
“Facilitar a migração ordenada, segura, regular e responsável e a mobilidade das pessoas contribuirá para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”, acredita Zhenmin.
Europa lidera destino de migrantes
O continente europeu foi o que mais recebeu migrantes internacionais, segundo o levantamento da ONU. No total, foram 82 milhões de pessoas. Depois, bem mais atrás, aparece a América do Norte, com 59 milhões. Já o norte da África e Ásia Ocidental acolheram 49 milhões de homens e mulheres.
Os Estados Unidos, porém, é o país no mundo que recebeu o maior número de pessoas. Foram 51 milhões, o que representa 19% do total de migrantes pelo mundo. Bem à frente de Alemanha e Arábia Saudita, que aparecem na sequência com 13 milhões cada. Ainda na casa de dois dígitos estão Rússia (12 milhões) e Reino Unido (10 milhões). Ainda vale citar França, Canadá e Austrália (8 milhões cada) e Itália (6 milhões).
O amplo levantamento divulgado pela ONU também revela os países com maior número de migrantes internacionais. Constatou-se que um terço dos migrantes é oriundo de apenas dez países. A Índia, um dos mais populosos países do globo, lidera a lista com 18 milhões de indianos hoje residentes em outras nações. Com 12 milhões, o México aparece na segunda colocação, com chineses (11 milhões), russos (10 milhões) e sírios (8 milhões) logo a seguir.
Número de refugiados em ascensão
Outro ponto que vale menção é com relação aos deslocamentos forçados por meio de fronteiras internacionais, que continuam crescendo. O número de refugiados em busca de asilo subiu cerca de 13 milhões entre 2010 e 2017. As regiões que mais receberam pessoas em situação de refúgio ou em busca de asilo foram o Norte da África e Oeste da Ásia, com 46% desse montante. A África Subsaariana representou 21%.
Quando se fala na questão do gênero, as mulheres somam pouco menos da metade de todos os migrantes internacionais, com 48% em 2019, decréscimo de 1% frente ao levantamento do ano 2000. A presença feminina é maior na América do Norte (52%) e Europa (51%).
No que diz respeito à idade, o estudo da ONU aponta que um em cada sete migrantes internacionais tem menos de 20 anos de idade. Neste ano de 2019, os dados revelaram que 38 milhões de migrantes internacionais tinha vivido menos de duas décadas. O número representa 14% do total. A África subsaariana reúne a maior proporção de jovens migrantes (27%), seguida por América Latina e Caribe, Norte da África e Oeste da Ásia (em torno de 22% cada).