Photo by Nils on Unsplash

O latim é uma língua importantíssima, que tem seu lugar cativo na história da humanidade. Apesar de ser considerada morta (não ter mais falantes nativos), de um jeito ou de outra se faz presente na sociedade ainda hoje de várias formas.

O latim influenciou diretamente no desenvolvimento de outras tantas línguas modernas, incluindo o nosso português. Diga-se: 80% das palavras faladas em nosso idioma são de procedência latina. Logo, saber sobre o latim, é saber sobre a nossa cultura.

Estima-se que o latim começou a ser desenvolvido por volta de ano 700 a.C. Mas, sua relevância não está apenas no fato de ser muito antiga. Ao longo de sua história, foi a língua do Império Romano e da igreja de Roma. Teve forte influência no mundo ocidental por cerca de 1.000 anos.

Além disso, o latim foi classificado como a língua dos filósofos e dos acadêmicos. É a fonte vocabular de diferentes áreas do conhecimento, como ciência e direito, enquanto saberes. Também, ainda hoje, é o alfabeto mais usado no mundo.

Leia também:

Como as línguas podem contribuir em tempos de isolamento social

Sânscrito: a língua antiga que se mantém viva

Confira curiosidades sobre o polaco e a Polônia

Dada a sua importância, separamos aqui cinco curiosidades do tradicional latim que talvez você não saiba. Confira!

1. A base de outras línguas

O latim foi a base principal das línguas chamadas neolatinas, tais como português, italiano, espanhol, francês, romeno, catalão, romanche, entre outros idiomas e dialetos regionais. Até o inglês, a língua universal, tem um toque do latim.

Entre todas as línguas que sofreram alguma influência do latim, o sardo, falado na região da Sardenha, na Itália, é o que mais se aproxima do latim original. Atualmente, o sardo é falado por cerca de 1 milhão de pessoas.

2. Declínio junto com o Império

Muitos se perguntam: quando exatamente o latim deixou de ser relevante e morreu? Não foi um processo imediatista, como do dia para a noite. Mas, a língua começou a perder força junto com o Império Romano do Ocidente, que caiu no ano de 476.

A versão popular do latim, que já era significativamente diferente da língua utilizada na Igreja e nos documentos oficiais, mesclou-se com a língua falada pela população que ocupava os territórios antes dominado pelo Império Romano. Assim nasceram os dialetos, que depois se transformaram em línguas, como o francês e o português, por exemplo.

3. A língua oficial do Vaticano

O latim é a língua oficial do Vaticano. Foi a principal língua litúrgica até o Concílio Vaticano Segundo, nos anos 1960. Hoje, alguns rituais da Igreja Católica ainda são feitos nessa língua. Inclusive, o caixa eletrônico no Vaticano tem a opção em latim para os clientes realizarem suas transações bancárias.

Aliás, desde 2013, a conta oficial do Papa Francisco no Twitter tem uma versão em latim. Esse trabalho é feito por uma equipe da Seção Latina da Secretaria de Estado do Vaticano, que escreve e traduz em latim vários tipos de documentos, entre eles os tuítes do Pontífice. Há até um livro publicado pelo Vaticano com o conteúdo das mensagens publicadas em 2017, traduzidas do latim para o italiano.

4. Expressões vivas no dia a dia

O latim não tem mais falantes nativos, mas é presença constante nos nossos dias. Muitas expressões latinas são comumente utilizadas. Veja se reconhece algumas:

Curriculum Vitae – trajetória de vida
Lato sensu – em sentido amplo
A priori – a princípio
Et cetera (etc) – e outros
Carpe diem – aproveite o dia
Mea culpa – minha culpa
Corpus Christi – corpo de Cristo
In loco – no local.

5. A evolução da língua latina

Enquanto esteve viva, a língua latina, assim como acontece com qualquer outra língua, passou por importantes mudanças. Em sua origem, foi classificada como latim pré-histórico, fase anterior aos registros escritos. Na sequência, vem o Latim proto-histórico, que aparecia nos documentos primordiais da língua.

Já o latim arcaico surgiu em alguns textos literários. O latim clássico, marcado pela erudição, é apontado como a base de obras literárias. O latim vulgar, presente no cotidiano da maioria, era falado pelas classes mais baixas. Por último, há o latim pós-clássico, que une o clássico e o vulgar.

Leave a comment