17 de julho. Essa é a data oficial da reabertura do Museu da Língua Portuguesa, que está fechado desde 2015 por conta de um incêndio devastador. A novidade foi anunciada por Sérgio Sá Leitão, Secretário de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo.
A obra de restauração, que consumiu um total de R$ 84 milhões, foi concluída em dezembro de 2019. A reabertura estava prevista para o início de 2020, porém, por conta da pandemia do coronavírus, acabou sendo adiada.
O museu, um patrimônio da cultura nacional, tem como função principal valorizar a língua portuguesa. Para tanto, recorre a experiências interativas, rico conteúdo audiovisual e ambientes que permitem a imersão dos visitantes. Trata-se de um profundo mergulho na história e na diversidade do nosso querido idioma.
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“O Museu da Língua Portuguesa, agora reconstruído, retoma sua vocação de espaço de educação por excelência, em que patrimônio histórico, experiências museológicas e ações educativas se complementam e se comunicam para celebrar nosso maior patrimônio imaterial, o nosso idioma”, diz Lucia Basto, gerente geral de Patrimônio e Cultura da Fundação Roberto Marinho, uma das financiadoras da reconstrução do museu.
Atrações inéditas e interação por voz
A reabertura do espaço cultural contará com atrações inéditas. Por exemplo, o espaço “Línguas do Mundo”, que ressalta vinte das mais de 7 mil faladas atualmente; “Falares”, que mostra os diferentes sotaques e expressões populares presentes no Brasil; e “Nós da Língua Portuguesa”, que trata da presença do idioma no mundo.
Entre as novidades, vale destacar também o café a céu aberto no mirante, com vista para o Parque da Luz e a Pinacoteca.
A realidade do coronavírus também impactou o museu, que usará comandos de voz para que os visitantes possam interagir com algumas obras expostas sem a necessidade de tocá-las.
“São Paulo e o Brasil ganharão um imóvel completamente restaurado, com o aparato de segurança mais avançado que existe e ampliação de sua área. O Museu da Língua Portuguesa tem uma grande capacidade de atração, e agora, devidamente aperfeiçoado, isso será ainda maior”, disse o secretário Sérgio Sá Leitão.
Restauração pautada na sustentabilidade
Toda a obra de reconstrução do Museu da Língua Portuguesa ocorreu em três momentos: restauro das fachadas e esquadrias; reconstrução da cobertura; e recuperação dos espaços internos. Além da reconstrução, também foram realizadas ações de conservação da cobertura de uma área que não foi impactada pelo incêndio.
Importante dizer que as obras de restauro consideraram melhorias significativas do ponto de vista de infraestrutura e segurança, sobretudo contra incêndio. Entre as novas medidas está a instalação de chuveiros automáticos.
A sustentabilidade também foi levada em consideração nesse processo. A obra tomou como base o selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), um dos mais importantes do mundo que atestam construções sustentáveis.
De forma prática, houve a adoção de técnicas para economia de energia; a gestão de resíduos durante as obras; e a utilização de madeira certificada e de demolição.
Entre 2006 e 2015, o Museu da Língua Portuguesa recebeu cerca de 4 milhões de visitantes.