A linguagem própria dos quadrinhos

As histórias em quadrinhos são grandes representações artísticas que podem tocar diferentes públicos, da criança ao adulto. Parte dessa grande capacidade está ligada à linguagem, que é bastante característica nas HQ’s, nome pelo qual também é conhecida, já que combina a linguagem escrita com a visual.

Em linhas gerais, os quadrinhos reúnem uma boa história, bem escrita e roteirizada, e que fica ainda mais interessante por conta de suas ilustrações. Unir palavras precisas e bem colocadas a desenhos que expressam com exatidão ideias, sentimentos e ações, é um dos grandes trunfos desse tipo de arte simplesmente encantadora.

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É por esse motivo, inclusive, que as pessoas se identificam com personagens e, vão além: os admiram. Porque nos quadrinhos cria-se uma conexão forte, intensa, verdadeira. Mais do que um personagem, aquele arquétipo no fim das contas “me representa”. Os heróis como Batman, Superman, Homem-Aranha são apenas alguns exemplos dessa força que os personagens exercem sobre os seres humanos. 

Características das HQ’s

A linguagem das histórias em quadrinhos é bastante peculiar. O conteúdo tem de ser escrito com extrema objetividade, contemplando clareza de ideia e coerência nas falas. O roteiro é bem característico e preza pelo dinamismo. O texto tem de ser rápido e certeiro.

Mescla um narrador, que de certa maneira estrutura a história e, principalmente, os diálogos, sempre constantes. Entre os diálogos, estão os pensamentos dos personagens e suas variadas formas de expressão, marcados pelos diferentes tipos de balões. Enfim, a linguagem dos quadrinhos é bastante interessante, uma expressão artística e tanto.

Uma das forças dos quadrinhos está na sua capacidade de adequação. Não é por acaso que existam tantas adaptações de quadrinhos para o cinema ou mesmo séries de televisão, tão em alta hoje em dia. A base de muitos sucessos nas telonas são as histórias em quadrinhos muito bem escritas e retratadas em imagens. 

Curioso é que o processo inverso também ocorre. Uma obra clássica da literatura pode ser muito bem adaptada para a linguagem única dos quadrinhos, tornando-se mais acessível para determinados públicos. Por exemplo, Crime e Castigo, romance do russo Fiódor Dostoiévski, Dom Quixote, de Miguel de Cervantes e os Miseráveis, de Victor Hugo, são alguns bons exemplos entre muitos outros dessa adaptação.

Quadrinhos nacionais e internacionais

O Brasil é um grande mercado consumidor de histórias em quadrinhos, atualmente. Os estúdios Maurício de Souza que o digam. O brasileiro cresceu cercado pela Turma Mônica e sua turma, ou seja, as HQ’s fazem parte da nossa cultura.

Em todo caso, o brasileiro também consome muita arte em quadrinho do exterior, num mercado sempre rico e cheio de novidades. Marvel e DC Comics, ambas baseadas nos Estados Unidos, encabeçam a lista de grandes publicações aqui no país. 

Aqui, uma curiosidade. O processo de tradução de uma história em quadrinhos é bem particular e exige muita técnica do profissional tradutor. Porque a linguagem, que até se parece com uma obra literária, tem um quê de informalidade, além de contar com gírias locais. Tudo isso com grande objetividade. É um desafio e tanto, portanto.