A espera, enfim, terminou. O Museu da Língua Portuguesa reabre oficialmente as portas no próximo dia 31 de julho, depois de ser fechado por conta de um incêndio de grandes proporções que atingiu o espaço em dezembro de 2015. Localizado na tradicional Estação da Luz, em São Paulo (SP), o Museu, integralmente dedicado a um idioma, celebra a língua como elemento base da nossa cultura.
O espaço reabre diferente, com atrações inéditas e novas experiências para o público. O objetivo é levar o visitante a um mergulho na história e na diversidade do idioma que tem mais de 260 milhões de falantes em todo o planeta. Para tanto, recorre a experiências interativas, conteúdo audiovisual e ambientes imersivos.
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Por conta da pandemia, haverá um controle para não causar aglomerações. Assim, os ingressos serão vendidos apenas pela internet, com dia e hora marcada. Neste primeiro momento, a capacidade está restrita a 40 pessoas a cada 45 minutos. Além disso, todos os visitantes receberão chaveiros touchscreen para que não toquem nas telas interativas. O evento de abertura será transmitido ao vivo no YouTube e Facebook do Museu.
Boas novidades para o público
Entre março de 2006 e dezembro de 2015, o Museu recebeu aproximadamente 4 milhões de visitantes. Neste período, foram mais 30 exposições temporárias. E, mesmo quem já visitou o espaço à época, pode retornar agora, pois os organizadores prepararam algumas novidades. Para os fãs da língua portuguesa (como nós), é um passeio e tanto.
Entre as novidades estão “Línguas do Mundo”, que ressalta 23 das mais de 7 mil línguas faladas hoje em dia em todo o mundo; “Falares”, que mostra os diferentes sotaques e expressões do idioma falado no Brasil; e “Nós da Língua Portuguesa”, que evidencia a língua portuguesa no mundo, a partir da diversidade cultural proposta pela Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Vale ressaltar que seguem à disposição dos visitantes as principais experiências, como, por exemplo, a instalação “Palavras Cruzadas”, que mostra as línguas que influenciaram o português no Brasil; e a “Praça da Língua”, que homenageia a língua portuguesa escrita, falada e cantada, em um show de som e luz.
O conteúdo do Museu da Língua Portuguesa, cuja curadoria é de Isa Grinspum Ferraz e Hugo Barreto, teve a participação de escritores, linguistas, pesquisadores, artistas, além de profissionais de vários países de língua portuguesa. Entre eles, Mia Couto, Marcelino Freire e Antônio Risério, Carlos Nader, Arnaldo Antunes, Laerte, Guto Lacaz, entre outros.
Nesta reabertura, a exposição temporária será a “Língua Solta”, que mostra a língua portuguesa em seus diversos desdobramentos na arte e no cotidiano. Conecta a arte à política, à vida em sociedade, às práticas do cotidiano, às formas de protesto e de religião, em objetos sempre ancorados no uso da língua portuguesa.
Museu sustentável
Outra boa novidade do novo Museu da Língua Portuguesa é seu viés sustentável. Isso porque o museu reabre com certificação ambiental. Além do cuidado em toda a obra, o Museu recebeu o selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), um dos mais importantes do mundo quando o assunto são construções sustentáveis.
Destaque para a adoção de recursos para economia de energia na operação do museu; a gestão de resíduos durante as obras; e, também, a utilização de madeira certificada em todos os ambientes do Museu.
Para a reconstrução do Museu da Língua Portuguesa, foram necessários R$ 85,8 milhões. A maior parte desse valor é oriundo de parceria com a iniciativa privada via lei federal de incentivo à cultura e indenização do seguro contra incêndio.