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A comunicação também é uma forma de poder. Por esse motivo temos de estar atentos a todo tipo de expressão que transmite uma mensagem. Afinal, direta ou indiretamente o texto escrito ou falado carrega junto ideias e valores que podem agregar ao meio ou não.
Esse é o caso, por exemplo, da linguagem neutra, que evita menções ao masculino e ao feminino. Há uma corrente de especialistas em linguagem que defendem essa modalidade “não binária” de comunicação como importante sob a ótica da inclusão. Até porque, a linguagem neutra está muito associada a um fenômeno político, social e linguístico de grupos LGBTQIA+, que querem se sentir representados.
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A tradição, a rigor, leva em conta apenas os gêneros masculino e feminino, o que acaba por excluir um universo de pessoas que não se encaixam nessas definições. E é nesse aspecto que a linguagem neutra surge como uma resposta positiva e integrativa.
Como adotar a linguagem neutra?
Trazer a linguagem neutra para o cotidiano é mais fácil do que parece. Está mais para uma decisão, uma atitude de uma empresa que, sem dúvida, quer deixar evidente sua escolha pela diversidade e quebra de padrões convencionais. Uma vez estabelecido esse parâmetro, não tem mistério: basta colocar em prática para abrir horizontes a uma nova cultura de inclusão.
Caso você (e sua empresa) se identifiquem, separamos aqui alguns exemplos práticos para adoção da linguagem neutra no seu cotidiano. Confira!
Use “a diretoria”, “a coordenação”, em vez de o/a diretora ou o/a coordenação. Cabe aqui também “time de administração” no lugar de “os administradores”, e “lideranças da empresa” em substituição a “os líderes da empresa”. Por fim, “clientes da empresa” no lugar de “nossos clientes”.
No lugar de “todas”, que tal considerar “todas as pessoas”? E, em vez de “bem-vindos” levar em consideração “damos as boas-vindas” ou então “que bom que você veio”?
Outro exemplo: nos casos de substantivos variáveis conforme o gênero, uma saída é recorrer a “pessoas”. Na prática, troque “os funcionários” por “pessoas que trabalham na empresa”, assim como “as pessoas que participaram do evento” em substituição a “os participantes do evento”.
Além disso, um caminho interessante também no contexto da linguagem neutra é trazer a letra “e”’ em substantivos com o intuito de neutralizar o gênero gramatical. Aqui, o “todes” vem ganhando cada vez mais adeptos. É possível acrescentar o “e” ou então adotá-lo como forma única. Por exemplo, “bom dia a todas, todos e todes”, ou então ir direto ao ponto: “bom dia a todes”.
Por fim, ainda no contexto dos pronomes pessoais, pode-se adotar o uso do “u” nas situações em que a letra “e” já está em uso. Na prática, o “ele” se tornaria “elu”.
Experimente a linguagem neutra! Sua escolha pode proporcionar impactos super positivos.