O bilinguismo ainda é um tema incipiente no Brasil. Até por que isso envolve uma série de questões em seu entorno, além de mitos e dúvidas. E, como não poderia deixar de ser, algumas curiosidades. Como nós amamos conhecimento, separamos neste post 5 curiosidades sobre o bilinguismo. Surpreenda-se e boa leitura!
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1. O Brasil e o bilinguismo
De acordo informações da Associação Brasileira do Ensino Bilíngue (Abebi), entre 2014 e 2018, houve um aumento de escolas bilíngues no país na ordem de 6% a 10%. Para a Abebi, cerca de 3% das escolas privadas, ou seja, algo próximo a 1,2 mil instituições, contam com algum tipo de programa de educação bilíngue.
Ainda segundo a Abebi, o bilinguismo no Brasil historicamente está atrelado aos pais que se preocupam com a educação dos filhos, principalmente levando em consideração os aspectos ligados ao campo profissional.
Por falar em educação, para o Ministério da Educação (MEC), escolas voltadas a indígenas e surdos também são consideradas bilíngues. Por lei, as comunidades indígenas têm o direito de manter suas línguas e culturas.
Assim como os surdos, que têm o direito do acesso à escolarização por meio da Libras, a Língua Brasileira de Sinais. Nunca é demais lembrar: além do português, a Libras é considerada língua oficial em âmbito nacional.
2. Mitos sobre desenvolvimento infantil
Hoje não há nenhuma dúvida quanto aos benefícios do bilinguismo ou multilinguismo. No entanto, nem sempre foi assim. Décadas atrás, lá por volta dos anos 1960, acreditava-se que o aprendizado simultâneo de duas línguas dificultava o desenvolvimento intelectual de crianças e adolescentes.
A lógica da época é que os pequeninos precisavam traduzir ao mesmo tempo aquilo que liam, bem como o que escutavam. Dessa forma, pensava-se que isso era uma verdadeira perda de tempo, além de exigir uma boa dose de esforço extra.
É sabido hoje em dia que aprender mais de uma língua é altamente saudável não apenas para as crianças, como também para os adultos. Afinal de contas, exercitar o cérebro, em qualquer fase da vida, nunca é demais.
3. Mente mais ágil e flexível
Vencida a barreira dos mitos em torno do bilinguismo, ao longo dos anos estudos diversos deixaram claro os benefícios de uma mente que trabalha com ao menos dois idiomas. Por exemplo, constatou-se que o cérebro bilíngue tem mais flexibilidade, e consegue separar com mais clareza o que é mais ou menos relevante em comparação com pessoas que dominam apenas um idioma.
Outro exemplo interessante é que as crianças que aprendem duas línguas simultaneamente estão menos propensas a ter depressão e demência e possuem maior nível de concentração. Além disso, o bilíngue tem mais propensão a ser mais analítico e avaliar as situações com mais imparcialidade.
4. Um novo modo de ver o mundo
Conhecer a fundo ao menos dois idiomas pode, mais do que expandir a mente, ser um ponto de partida na forma como pensamos, ou seja, como enxergamos o mundo. Uma vez que o bilinguismo cria novas conexões neurais, pesquisas mostram que a pessoa dotada de uma segunda língua pode ver sob uma outra ótica as memórias e os valores que carrega.
Até a personalidade pode, de certa forma, ser impactada positivamente. Curioso, não é mesmo?
5. Duas, três, quatro línguas….
Aprender duas línguas simultaneamente ou uma imediatamente após a outra exige algum tipo de esforço inicial. Mas, uma vez que se domina duas línguas, é muito mais fácil aprender a terceira ou a quarta língua, por exemplo.
A explicação é que, uma vez que o cérebro conhece profundamente dois idiomas, ele já tem recursos suficientes para lidar com os processos de funcionamento da linguagem. Em síntese, nossa capacidade intelectual se expande e o cérebro mostra mais facilidade para fazer as ligações neurais para absorver as informações do novo idioma.
Enfim, para tornar-se um poliglota, basta dar os primeiros passos.