Um projeto envolvendo três universidades do Pará fez um levantamento das línguas indígenas faladas no estado. A primeira etapa de “As línguas indígenas no Pará em 2021: fraturas do contemporâneo”, que levou sete meses, encontrou 34 línguas.
O resultado foi a criação de um inédito mapa interativo que apresenta informações sobre as terras e territórios indígenas, além de mais detalhes sobre cada uma das 34 línguas indígenas faladas atualmente em terras paraenses. Como todos os territórios indígenas estão às margens dos rios, também constam os nomes dos rios que banham essas áreas.
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Mapa com conteúdo e documentário
A ideia inicial do projeto era construir o mapa interativo, além de um documentário com a localização dos falantes em terras indígenas, o número aproximado de falantes, o tronco linguístico a que suas línguas pertencem e as indefinições quanto à origem genética de algumas línguas. O documentário “Entre Rios e Palavras: as línguas indígenas do Pará em 2021” pode ser visto clicando aqui.
Essa primeira fase da pesquisa encontrou dezoito línguas Tupi, quatro línguas Macro-Jê, nove línguas da família Karib, uma língua da família Karajá, uma língua da família Aruak e uma língua Warao. Além disso, foram encontradas outras treze de povos isolados.
Para que a pesquisa fizesse o catálogo das informações, o projeto contou com a participação de estudantes indígenas, como explica Ivânia Neves, professora e coordenadora do projeto.
65 povos indígenas no Pará
“Em suas pesquisas, eles produziram uma série de vídeos com o objetivo de mostrar os usos sociais de suas línguas na atualidade. A comunicação com alguns deles, em função das dificuldades com o acesso à Internet, aconteceu principalmente por grupos de WhatsApp. Para orientar as pesquisas, produzimos uma série de tutoriais em formato escrito e em audiovisual”, afirmou a professora Ivânia.
Dados da Federação dos Povos Indígenas do Pará, em 2020, mostram que, hoje, pelo menos 65 povos indígenas, entre contactados e isolados, vivem no território paraense.
O projeto “As línguas indígenas no Pará em 2021: fraturas do contemporâneo” foi realizado pela Universidade Federal do Pará (UFPA), por meio do Grupo de Estudos Mediações, Discursos e Sociedades Amazônicas (Gedai), com a participação da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa). Aprovado pela Secretaria de Cultura do Estado do Pará (Secult-Pará), no âmbito da Lei Aldir Blanc.