Sânscrito pode ser usado para programas de inteligência artificial

Hoje em dia, existem muitos debates em torno da inteligência artificial (IA), que já é uma realidade em alguns segmentos. É comum haver discussões, inclusive, no que diz respeito a questões éticas e tecnológicas. Na esteira dessas conversas, levanta-se a pauta sobre qual é a melhor linguagem de programação, sobretudo quando se pensa em colocar a inteligência artificial em um outro patamar.

Pensando nisso, um cientista e programador ligado à NASA chamado Rick Briggs tem uma proposta diferente, no mínimo curiosa. A ideia é recorrer a uma língua antiga para criar os códigos de computador de programas de IA: o sânscrito. Trata-se de uma língua bem tradicional atrelada aos povos hindu, na Índia, inclusive à arte milenar do yoga.

É, em síntese, a união do tradicional com o moderno.

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Por que o sânscrito na IA?

Mesmo que historicamente o sânscrito não faça parte da programação de sistemas com inteligência artificial, a língua tem sido, sim, considerada, até mesmo nos ambientes acadêmicos. O motivo? Por conta de sua base ancestral, considerando que a ciência e a matemática indianas primitivas eram conduzidas integrando o idioma. Logo, a sintaxe tem por base regras semelhantes com a de linguagens modernas de programação.

Na prática, a gramática do sânscrito pode tornar o desenvolvimento de algoritmos mais fácil, o que atrai profissionais de tecnologia e, também, historiadores. Isso porque o idioma, falado por aproximadamente mil anos, conta com uma rica literatura escrita nele, sem falar no legado filosófico e gramatical ainda preservado.

Além disso, outro ponto a se considerar é a preservação dessa língua, na medida em que se mantém ativa no dia a dia a partir de códigos de computador. Afinal de contas, estamos falando de uma língua preciosa, presente em um país enorme e que é falada há séculos e séculos.

Conexão do sânscrito com a Nasa é antiga

Essa conexão do sânscrito com a Nasa, é bom dizer, é antiga. Ainda na década de 1980, Briggs publicou um trabalho dizendo que linguagens naturais são mais adequadas para converter códigos em programas de computador, robótica e inteligência artificial. E na lista do pesquisador, o sânscrito aparece como uma das línguas que combinam com a proposta.

Existem, entretanto, algumas complexidades que seguem sendo avaliadas. Por exemplo, o fato de que as línguas naturais são ambíguas, isto é, terem diferentes significados para uma mesma palavra. Portanto, um desafio que se apresenta é traduzir o idioma para que eles sejam mais literais, a fim de tornar possível o entendimento dos robôs. 

Enfim, ainda é uma possibilidade, mas seria bem interessante ver, de fato, isso acontecer.

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