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Louis Braille. Esse é o nome do criador do sistema Braille, que mudou a história de deficientes visuais ao redor do mundo. Mas, como o jovem francês, que não nasceu cego e viveu apenas 43 anos, chegou a tal descoberta?
Nascido em 1812, em Coupvray, perto de Paris, Braille perdeu totalmente a visão aos 5 anos, após um acidente enquanto brincava com uma ferramenta na oficina do pai. Com 7 anos, passou a frequentar a escola, mesmo sem haver um plano definido para deficientes visuais. O jovem aluno tinha um ótimo desempenho escolar, embora, de certa forma, estivesse sempre em desvantagem por não saber ler ou escrever.
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Por conta de seu desempenho, aos 10 anos ganhou uma bolsa para estudar em Paris, no Instituto Nacional para Jovens Cegos, que mudaria radicalmente sua vida. À época, o sistema de leitura para cegos era básico, com letras em relevo. Na prática, os estudantes tinham que passar o dedo de letra em letra para entender as palavras e, depois, as frases.
Sistema militar como base fundamental
Certo dia, um capitão do exército francês foi até o instituto compartilhar um sistema de leitura desenvolvido para que os soldados conseguissem ler mensagens em meio à escuridão de campos de batalha. O militar acreditava que esse sistema tátil, chamado “escrita noturna”, poderia ser altamente benéfico para os cegos. Isso porque recorria a pontos e traços em relevo, mais simples do que as letras em alto relevo.
A bem da verdade é que, mesmo assim, os alunos não se encantaram com a “escrita noturna”. Provavelmente porque não havia letras maiúsculas ou pontuação, e as palavras eram escritas seguindo os termos orais, não conforme o padrão da ortografia francesa.
Então, Louis Braille resolveu insistir nessa base, buscando aperfeiçoá-la e, três anos mais tarde, tinha uma nova proposta. Era 1829 quando apresentou seu novo sistema, que simplificava o anterior. A ideia foi reduzir os pontos em relevo para que fosse possível senti-los em apenas um toque, numa zona reduzida do dedo.
Braille da Europa para o mundo
Fato é que demoraram para adotar a inovação de Braille. Ele morreu 2 anos antes do instituto adotar o seu sistema no cotidiano, infelizmente. Aliás, o inventor perdeu a vida por conta de uma tuberculose quando tinha apenas 43 anos.
Com o tempo, o sistema Braille foi se espalhando gradualmente. Primeiro na própria França. Em 1882, ganhou a Europa, e, em 1916, alcançou a América do Norte para, enfim, ganhar forma em todo o mundo.
Por fim, vale ressaltar que o Braille não é em si uma língua, mas um sistema de escrita, o quer dizer que pode ser adaptado para diferentes línguas.